O presidente da ADEPOL-PR, Dr. Daniel Fagundes, participou, na manhã desta segunda-feira, dia 29 de abril, de uma reunião com representantes de diversas categorias de servidores do estado do Paraná e representantes do governo estadual para tentar dar fim ao impasse da concessão da data-base aos servidores públicos estaduais. Com os salários congelados há três anos, os servidores não foram recebidos pelo governador Ratinho Junior, que em 2018, em vídeo de campanha, disse que era uma obrigação do Estado conceder a reposição salarial a todos os servidores. “Fomos recebidos pelo vice-governador, Darci Piana. O governador justificou a ausência com uma viagem a Brasília”, disse o presidente da ADEPOL-PR.
Durante o encontro, ficou definida a criação de uma comissão composta por servidores públicos, representantes das categorias, para negociar a reposição salarial com o governo. O presidente da ADEPOL-PR foi cauteloso em comentar os efeitos do encontro, assim como as expectativas futuras. “No final foi uma reunião para marcar uma nova reunião. Esperamos que com a criação desta comissão tenhamos condições finalmente de discutir aquilo que nos é de direito”, concluiu o Dr. Daniel. Ainda segundo o presidente, não há razões para o governo se esquivar da sua obrigação legal para com os servidores públicos do estado. “Tem condições sim. Tem condições legais, orçamentária e financeira. A Lei Orçamentária Anual já foi aprovada com a previsão da data-base e com a ressalva de que o Estado arrecadou mais de R$ 2 bilhões que o previsto para o ano de 2018”, apontou.
Desconfiados
Dr. Daniel foi enfático em dizer, ao sair da reunião, que não será razoável por parte do governo atropelar a necessidade dos servidores públicos, tampouco ignorar o que os números mostram. “Tem muita gente desconfiando dessa conduta que remete muito há tempos passados. Não é aceitável, razoável, que o governo simplesmente ignore o fato de que há cinco anos a receita do Estado só aumenta e há três anos os salários dos servidores sofre defasagem. Enquanto os cofres públicos somaram uma alta de 48% em sua receita em cinco anos, todos os servidores tiveram uma defasagem de 17% nos seus salários em apenas três anos, o que gerou um poder de comprar impactante no orçamento doméstico dos servidores que vivem desse salário, hoje, corroído em mais de 17%. A perda é tão significativa que dia 12 meses do ano trabalhados é como se o servidor público estivesse recebendo apenas por 10 meses. Ou seja, os servidores já perderam dois salários por ano, em razão da inflação não corrigida em seus subsídios. Os Delegados de Polícia, na condição de servidores públicos, pagam um preço alto pela indiferença do governo há anos e esperamos que este novo governo não seja como o de Beto Richa, que prometeu, enrolou e nada cumpriu”, concluiu Daniel.