De terno alinhado, perfumado, sapato lustrado e a ponto de levar a namorada para dançar em um Bailão na região do Boqueirão, em Curitiba, um idoso de 70 anos foi preso, na tarde da última terça-feira, dia 25, pela equipe do delegado Gérson Machado, do 13º Distrito Policial, por se passar por delegado de polícia. A prisão ocorreu no momento em que o falsário chegava à casa da namorada, uma senhora de mesma idade, que acreditava estar engatando um romance com o “Delta” aposentado. “A senhora nos contou que ele havia prometido a ela depositar R$ 15 mil na conta dela, naquele dia, antes de ser preso, dizendo que era para eles passearem”, explicou o delegado Gérson Machado.
Com o preso, que segundo a namorada dizia ser dono de muitos imóveis e caminhões, a polícia apreendeu além da falsa carteira de delegado, carteiras funcionais de investigador de polícia civil, camisetas de policial civil e delegado e outras itens e documentos de uso funcional da polícia. “Ele disse ter sido delegado calça curta no interior, agente carcereiro, motorista de policial, informante, enfim um cidadão que no fundo parece ter tido o desejo de ser um policial, mas que optou pelo caminho do crime para se passar por um”, disparou o veterano Delta Dr. Gérson Machado.
Documento adulterado
De acordo com delegado Machado, o idoso havia adulterado a carteira de delegado que usava trocando o nome do antigo portador daquela funcional pelo de um policial civil já aposentado. “Inicialmente acreditávamos que o policial estaria morto, mas com a notícia da prisão saindo na mídia esse investigador entrou em contato conosco e informou estar aposentado e morando no litoral”, explicou Machado. O preso, por sua vez, não explica nem revela como conseguiu tantos documentos funcionais da polícia. Recolhido a carceragem do 13º Distrito, acusado dos crimes de usurpação de função pública, falsidade ideológica, adulteração de documentos, entre outros, foi solto após a juíza fixar fiança de R$ 2 mil em audiência de custódia.
Carteirada e “Boa Pinta”
De acordo com as investigações embora com 70 anos, o falso delegado tem uma aparência jovial, estrutura atlética, voz grave e fala convincente. Usava frequentemente da falsa carteira de delegado para entrar em bailes de terceira idade e outros eventos de bairro. Além disso, estaria convencendo a namorada de que sendo ele um bom partido, poderia se casar sem receios. “Eles estavam para morar juntos, ela chegou a comprar um celular para ele com prestações no nome dela, mas ele dizia ter uma boa estrutura de vida segundo nos relatou a idosa”, explicou Dr. Machado.
Dr. Machado acredita que o falso delegado esteja envolvido em outros pequenos crimes, como golpes e estelionatos, e com a notícia de sua prisão, já colhe alguns depoimentos a respeito do passado do individuo que se passava por um bem sucedido delegado já aposentado. “A gente acredita que ele estivesse há algum tempo agindo já, alguns anos, mas, tão logo nos chegou a denúncia fomos atrás e encerramos as atividades para ele”, finalizou o Delta.